Ninguém merece!

Era um dia normal, na paz do Senhor, até a hora do almoço.
Toda feliz, preparei uma torta de frango cremosa, receita de um livrinho que veio anexo à revista Malu, que eu comprei um dia desses. Adoro essas revistinhas de 1,99 que falam de tudo um pouco.
Torta pronta, liguei para meu marido.
- Oi minha linda!
- Oi vida! Você já está vindo almoçar?
- Estou sim, posso levar um amigo?
NÃO! (pensei)
- Claro amor... (respondi).
-Beleza então, já estamos chegando.
Amigo... eu sabia que não era amigo. Era trabalho. Quando ele não consegue parar o trabalho para almoçar, leva o trabalho pra casa.
Chegou ele e o tal "amigo". O sujeito não parava de falar. Nem  comeu.
Até que, percebendo a minha cara de poucos amigos, meu marido tentou levar a conversa para um lado mais pessoal. Disse que o tal sujeito já havia passado pelo mesmo problema que passamos no ano passado, e deixou que ele contasse a sua história. Pra que... Meu Deus pra que...
O cara voltou lá na infância dele e veio contando tudo, desde os tempos da escola até ontem.
Todo mundo acabou de comer, as crianças saíram da mesa, o telefone tocou, meu marido levantou para atender, voltou, saiu de novo para escovar os dentes e se aprontar para sair novamente, o meu celular tocou e o infeliz estava falando...
E o pior é que eu não consegui acompanhar a sequencia dos fatos e tudo me pareceu sem sentido algum. Queria ter podido sair do meu corpo por alguns segundos só pra ver a minha cara. Devia estar mais ou menos assim:

Só entendi que ele havia sido médico, foi à falência por causa de agiotas, rasgou o diploma, recomeçou do zero trabalhando vendendo jogo do bicho (oi?) , escreveu um livro sobre fé embora não acredite em Deus ( para ele a fé tem efeito placebo, cura porque a pessoa acredita e se acalma e isso faz o organismo entrar em equilíbrio), e eu acabei não conseguindo saber o que ele faz da vida hoje porque graças ao meu amado Deus o suporte Velox chegou (sim, problemas com a internet de novo) e eu tive que atendê-lo.

Mas tipo assim... que atraso de vida!

Já passava das 15hs quando o mocinho da Velox veio me salvar chegou e quando ele foi embora já eram mais de 17hs. Eu perdi o meu dia ouvindo abobrinha e ouvindo novamente explicações sobre a instabilidade da internet, assunto este que eu já não aguento mais porque é só blá blá blá e ninguém resolve o problema. 

No fim das contas a minha cozinha do almoço ainda está lá, a casa não viu nem vassoura hoje e claro, eu estou irritada.

Aí então eu resolvi vir blogar para relaxar um pouco, fazer minhas visitas e desabafar para finalmente pegar no batente já quase ás 19hs! 

Fala aí, eu mereço?