... era um sábado, e eu estava assistindo Caldeirão do Huck (por pura falta de opção).
De repente, senti algo estranho na barriga. Não foi uma dor, nem nada desagradável, foi apenas estranho.
Levantei e muita água saiu de dentro de mim. Comecei a chorar.
Gritei a minha mãe e saí falando um monte de coisas chorando (como a chiquinha ) e claro que a minha mãe não entendeu nada coitada... Segui para o banheiro e entrei no banho.
Para evitar a tricotomia no hospital tentei me raspar, mas eu não enxergava o que estava fazendo e com medo de me cortar, desisti.
Estava grávida de 9 meses e a minha filha achou que era hora de nascer.
Me enxuguei e troquei de roupa em vão. A água continuava a descer e era assustador. Pensei que se tinha tanta água assim dentro de mim, minha filha deveria ter o tamanho de um filhote de gato.
Como entrei na clínica molhando tudo por onde passava, a parte burocrática foi rápida. Em segundos eu estava na mesa de cirurgia.
Que lugar horrível! Tudo imaculadamente branco, frio e silencioso.
Muitas pessoas de roupa azul entraram na sala. Não vi os rostos, apenas os olhos que escapavam das máscaras. Ninguém falava nada, apenas se olhavam e pareciam que liam o pensamento uns dos outros.
Chegou o anestesista. Que anjo de pessoa! Ele quebrou o silêncio:
- Fique calma viu? Vai dar tudo certo e logo você estará com seu bebe. Fique sentada e não se mova. Você vai sentir uma picadinha, mas tente não se mexer.
Realmente é apenas uma picadinha. Incomoda, mas eu não senti dor.
Deitei e o povo de azul voltou a falar com os olhos.
Minutos depois o obstetra quebra o silêncio novamente:
- Filha, tente levantar as pernas por favor.
- Não sinto as minhas pernas...não consigo.
- Ótimo! Vamos começar.
O anestesista acaricia meus cabelos embolados dentro da touca.
-Se você sentir alguma coisa estranha, qualquer coisa, me avise imediatamente tá bom?
- Tudo bem.
A luz forte estava me incomodando, pedi para virar um pouco aquela luminária que mais parecia um disco voador pra lá.
O silêncio era angustiante. Eu tentava pensar em alguma coisa para não ouvir os ruídos do bisturi cortando a minha pele e as camadas de gordura. Como ele corta e cauteriza, faz um barulhinho como de uma gota d'água caindo numa panela quente tsssss...
Uma forte pressão e... unhééééé´!!!!!!!!!!!!!!
Acabou o silêncio.
Nunca ouvi choro tão forte!
Os olhos arregalados dos homenzinhos de azul me fizeram rir. E todo mundo riu junto.
- Que pulmões! Disse um deles.
A pediatra a pegou, fez o que tinha que fazer e logo trouxe pra mim.
Uma coisinha muito branca enrolada em panos azuis me olhava com os olhinhos marejados.
Só consegui dizer "oi".
Como passa rápido...
Minha filha completa hoje nove anos. Linda, perfeita, saudável, inteligente. Um ser humano especial pela sua docilidade, maturidade precoce, compreensão e obediência.
Com certeza é alguém que fará diferença no mundo.
Obrigada Jesus!
De repente, senti algo estranho na barriga. Não foi uma dor, nem nada desagradável, foi apenas estranho.
Levantei e muita água saiu de dentro de mim. Comecei a chorar.
Gritei a minha mãe e saí falando um monte de coisas chorando (como a chiquinha ) e claro que a minha mãe não entendeu nada coitada... Segui para o banheiro e entrei no banho.
Para evitar a tricotomia no hospital tentei me raspar, mas eu não enxergava o que estava fazendo e com medo de me cortar, desisti.
Estava grávida de 9 meses e a minha filha achou que era hora de nascer.
Me enxuguei e troquei de roupa em vão. A água continuava a descer e era assustador. Pensei que se tinha tanta água assim dentro de mim, minha filha deveria ter o tamanho de um filhote de gato.
Como entrei na clínica molhando tudo por onde passava, a parte burocrática foi rápida. Em segundos eu estava na mesa de cirurgia.
Que lugar horrível! Tudo imaculadamente branco, frio e silencioso.
Muitas pessoas de roupa azul entraram na sala. Não vi os rostos, apenas os olhos que escapavam das máscaras. Ninguém falava nada, apenas se olhavam e pareciam que liam o pensamento uns dos outros.
Chegou o anestesista. Que anjo de pessoa! Ele quebrou o silêncio:
- Fique calma viu? Vai dar tudo certo e logo você estará com seu bebe. Fique sentada e não se mova. Você vai sentir uma picadinha, mas tente não se mexer.
Realmente é apenas uma picadinha. Incomoda, mas eu não senti dor.
Deitei e o povo de azul voltou a falar com os olhos.
Minutos depois o obstetra quebra o silêncio novamente:
- Filha, tente levantar as pernas por favor.
- Não sinto as minhas pernas...não consigo.
- Ótimo! Vamos começar.
O anestesista acaricia meus cabelos embolados dentro da touca.
-Se você sentir alguma coisa estranha, qualquer coisa, me avise imediatamente tá bom?
- Tudo bem.
A luz forte estava me incomodando, pedi para virar um pouco aquela luminária que mais parecia um disco voador pra lá.
O silêncio era angustiante. Eu tentava pensar em alguma coisa para não ouvir os ruídos do bisturi cortando a minha pele e as camadas de gordura. Como ele corta e cauteriza, faz um barulhinho como de uma gota d'água caindo numa panela quente tsssss...
Uma forte pressão e... unhééééé´!!!!!!!!!!!!!!
Acabou o silêncio.
Nunca ouvi choro tão forte!
Os olhos arregalados dos homenzinhos de azul me fizeram rir. E todo mundo riu junto.
- Que pulmões! Disse um deles.
A pediatra a pegou, fez o que tinha que fazer e logo trouxe pra mim.
Uma coisinha muito branca enrolada em panos azuis me olhava com os olhinhos marejados.
Só consegui dizer "oi".
Como passa rápido...
Minha filha completa hoje nove anos. Linda, perfeita, saudável, inteligente. Um ser humano especial pela sua docilidade, maturidade precoce, compreensão e obediência.
Com certeza é alguém que fará diferença no mundo.
Obrigada Jesus!