Obrigada Senhor!

" Quando Jesus manda, até o diabo obedece."


Quem nunca ouviu essa frase não é mesmo? E não é apenas uma frase de efeito, é a pura verdade.
Ontem de manhã toca a campainha. Campainha sábado de manhã? Totalmente incomum aqui em casa.
Aliás, campainha tocando na minha casa é incomum. 
Eu não tenho mais parentes aqui, todos se mudaram, não tenho amigos próximos, de forma que quando resolvem virem me visitar avisam antes, não tenho amizade com nenhum vizinho, e as pessoas que fazem parte do meu dia-dia tem liberdade para entrar na minha casa sem bater.
Meu marido foi atender. Voz de homem.
" Mais estranho ainda", pensei.
Me mantive  no quarto com as crianças. A conversa foi longa.
No fim, antes de me contar o que era, meu marido se ajoelhou no chão e agradeceu.
O senhor que esteve aqui também foi vítima da Construtora Ferreira e Moura, e teve um prejuízo de R$60.000,00.
 Ele soube que meu marido também tinha sido vítima de um golpe deles e veio saber da história.
O nosso caso foi um pouco pior. Eles nos deram um cano de R$200.000,00.
Propuseram uma parceria, compraram esse valor em materiais de construção na nossa loja, pagaram em cheques e sustaram todos.
Para não perder o crédito com os fornecedores, meu marido cobriu do próprio bolso os cheques e tentava diariamente contatar o pessoal da construtora, mas eles sumiram.
Mas a verdade sempre arruma um jeito de aparecer, e logo foram surgindo notícias deles. 
Soubemos que um deles, o Fábio Moura que é o sócio majoritário, usou parte do material para construir uma casa para ele mesmo, enorme e linda, e com o lucro que teve com o restante do material comprou uma casa na praia.
E nós aqui, sem nada no banco, vivendo apenas com o lucro da loja que é pequeno no momento por conta da época do ano desfavorável ao comércio em geral. As pessoas costumam ficar com o salário comprometido até meados de Junho pagando parcelas dos gastos das férias e carnaval. E também, depois de retirados os valores do aluguel do ponto, dos encargos de luz, água, telefone, internet , taxas das máquinas de cartão de crédito além da tarifas bancárias, ainda divide-se o valor por dois, porque meu marido tem um sócio, então sobra muito pouco ou quase nada para as nossas despesas pessoais.
Mas continuando, esse senhor veio se oferecer para ser testemunha do meu marido, que acionou a construtora na justiça, e pediu que meu marido fosse testemunha dele.
Agora, as nossas chances de receber o que nos é devido ficaram maiores.
Só isso já seria maravilhoso, mas teve mais.
De noite, ao começar a preparar a janta, me dei conta de que o arroz não daria. Não tinha nem a medida de um copo. Também não tinha cebola e nem carne. Comeríamos batata frita somente, porque era o que tinha.
Meu marido catou algumas moedas pela casa e foi ao mercado ver o que conseguia comprar.
Voltou com 2kg de arroz, uma cebola e uma notícia.
-  Adivinha quem está lá embaixo querendo conversar comigo?
-  ?
- Fábio Moura.
E desceu.
Eu fiquei com muito medo e comecei a orar. Porque hoje? O que esse cara quer afinal? Muitas perguntas se passavam pela minha cabeça.
Nem sei quanto tempo passou.
Ao subir, meu marido de novo se ajoelhou no chão e agradeceu.
Ele voltou com R$ 200,00, que o Fábio deu depois de saber que estávamos praticamente sem ter o que comer por causa dele e amanhã eles irão dar uma boa parte do que devem como entrada e parcelar o restante.
Se ele cumprir com a palavra, a nossa vida vai voltar ao normal.
Depois disso meu marido voltou ao mercado e eu pude preparar uma janta deliciosa. Ele também pode comprar os remédios da minha filha que ficaram faltando. O médico passou 3 remédios, mas só pudemos comprar um deles, demos preferência ao antibiótico para combater a infecção.
Em nenhum outro momento da minha vida eu senti Jesus tão perto de mim, de nós na verdade, da nossa família inteira.
Obrigada Senhor pela providência! Tu és único! Sempre fiel e misericordioso.
A nossa vitória será para a glória do Teu nome!




Obs: Para quem está se perguntando como meu marido me deixou fazer compras de cosméticos se estamos nessa situação, é o seguinte: Essa revendedora, que também é cliente da loja, deve a ele R$10.000,00. Ele me deixou fazer a compra para descontar desse valor.
A blusa que eu ganhei de presente ele também "pegou" na loja de uma pessoa que deve dinheiro a ele.